Grupo Português de Gastronomia

Desde  2004 a apreciar os  " Poisos " de Portugal 

quinta-feira, 23 de abril de 2009

"Gião" ( Novo ) - Matosinhos - Dist.Porto

O actual Gião, desde há um ano, é um poiso de Matosinhos, que nos vem oferecer comida tradicional portuguesa, desde os pratos mais simples até aqueles menos consensuais (ex. Lampreia).

É um espaço muito agradável, com uma decoração e uma luz que nos prepara para uma longa e calma refeição. Ali encontramos um leque variado de entradas, que varia consoante a disponibilidade da matéria prima na sua origem, mas sempre de muito boa qualidade. Ja ali comi, excelente presunto, excelentes azeitonas, ovas de peixe; açorda de ovas de peixe galo (incríveis), folhado de carne, setas, feijão com míscaros, petingas de escabeche.

Nos peixes, apenas conheço, a fritade de peixes (todos muito frescos) que nem sempre tem, a cataplana de tamboril, muito boa, por vez com coentros a mais para o meu paladar (confesso que nao sou muito amigo dos coentros), e o bacalhau assado no forno, acompanhado com batatinha também assada no forno.

Nas carnes, conheço bem o rosbife, com boa matéria prima e com molho bem esgalhado, a costeleta de vitela arouquesa e os panadinhos de porco com arroz de tomate. Este ultimo é de comer e chorar por mais! É mesmo muito bom, a saber ao que é. De salientar a qualidade do arroz branco que é servido para acompanhar diversos pratos. Este não tem, de todo, nada a ver com o arroz que para aí se faz na maior parte do restaurantes. É um arroz mesmo muito bom, soltinho com aroma salivante, o qual eu nunca dispenso, seja qual for o prato que vai acompanhar.

Vamos aos vinhos. Quanto a este assunto, considero o Gião como uma das mellhores listas de vinhos, não pela sua extensão ou disponibilidade de vinho de marcas topo, mas sim por, ser uma lista que garante que independentemente do preço, bebe-se sempre um bom vinho (claro que com mais incidencia no Douro e no Dâo). Como exemplo, podemos beber um Esboço ou um Gloria por preços na ordem dos €10 ou menos. Ou ainda o Fuseiro Touriga nacional por cerca de €12. Estamos a falar de um vinho que se bate com muitos vinhos do G7 que rondam preços de €30 e €40. A isto chamo, bom gosto e bom-senso. É que quanto a este último, é do que mais falta nos restaurantes Portugueses.

O serviço, neste momento, é profissional e atento, fruto da renovação de pessoal, agora todos Portugueses, e portanto genericamente conhecedores da gastronomia tradicional Portuguesa. Reforço que esta descrição destina-se ao novo Gião, que mudou de gerência ha um ano atrás. E portanto, quando la vou, não comparo com a geração anterior (Pedro Nunes), pois praticava uma gastronomia um pouco mais contemporânea, muito à Lá S. Gião, com características peculiares. E portanto, não considero, a gastronomia que agora ali se pratica, inferior, por ser de cariz mais simples. Não tem de haver um correlação entre a complexidade da gastronomia e a sua avaliação qualitativa. A NAO PERDER E A EXPLORAR.

FIca na Rua Brito e Cunha, nº 640, Matosinhos. Tel: 229350993.

Ricardo Vilaverde / 2006

1 comentário:

  1. O Gião e as nossas experiencias nele foram de tal forma diversas que podemos dizer na realidade que, quem está á frente de uma casa e da sua cozinha, é de primordial importancia para o sucesso da mesma. A primeira vez que entrámos no Gião, foi no primeiro dos poucos encontros do Netmenu, organizado pelo José Silva, em 2001, era na altura o Gião dirigido pelo proprietário do S.Gião de Moreira de Cónegos e o que podemos dizer é que o jantar dessa noite, foi memoravel, gastronomicamente falando, pois que a companhia foi também excelente, com alguns dos agora membros da Irmandade, caso da Rita, Ricardo Vilaverde e José Costa. Na segunda vez que lá fomos, as coisas correram bem também. Na terceira vez, as coisas correram muito, muito mal, ficando em mim a memória do pior Roastbeef que comi na minha vida e um serviço muito mau. A partir daí, jurámos nunca mais lá voltar e só o fizemos, pois porque quem agora está a explorar o dito, é o próprio José Silva, coadjuvado por uma excelente cozinheira, já dos tempos do Iduna. Ora bem , se as expectativas estavam altas...menos altas ficaram. Não vos vamos dizer que comemos mal, antes pelo contrário...mas esperávamos bastante melhor. Entradas medianas, um bacalhau com broa médio/bom, um cabrito acabado de sair muito bom, uma açorda de marisco no pão de nota média e sobremesas vulgares...fora as Canilhas. Num comentário off-record que tivemos com um membro da Irmandade que lá vai amiúde e que desde a nova gerência de nada se queixa, o mesmo disse que não é o primeiro comento do género que ouve. Mais, depois de termos lá enviado um membro da familia, o mesmo veio de lá com "sabor a pouco", atendendo às expectativas com que lá ia. À laia de conclusão, gostámos mais da refeição que tivemos no Iduna - com o mesmo José Silva ao leme e a mesma cozinheira "na casa das máquinas". Porquê? Não sabemos dizer-vos. Resta-nos dizer que a sala é agradavel, ambiente sossegado.

    AN

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