Grupo Português de Gastronomia

Desde  2004 a apreciar os  " Poisos " de Portugal 

domingo, 26 de abril de 2009

"Regaleira" - Porto

Na passada quarta-feira, fui comer a "minha 1ª francesinha". Fui à Regaleira deitar abaixo uma das que ainda são em pão "bijou", preparadas pelo Sr. Augusto, sócio desta casa desde os anos 50. 

Comecei por deitar abaixo uma espetada de mexilhão com molho picante, acompanhada por um fino Sagres, e pela boa e amistosa conversa com o Sr. Augusto, partilhando histórias com 40 anos contadas pelo meu pai, quando este era um frequentador assíduo desta casa. 

Os mexilhões estavam saborosíssimos e fresquíssimos. Aquele picante é optimo! 

Quanto à francesinha, optei pela versão mais tradicional, ou seja, em pão bijou. E de facto não me arrependi. Não sei se ainda é feita como antigamente, pois ja passaram mais de 50 anos desde a criação da dita, pelo Sr. Daniel. Apenas sei que o meu pai foi lá há pouco tempo e confirmou, satisfeitíssimo, que a dita estava rigorosamente igual! 

O pão tostadíssimo. O molho muito bom, complexo, não tresandava a cerveja como habitual na maior parte dos locais. As carnes, estas exclusivamente de porco, eram de 1ª. Tudo isto foi acompanhado com batata frita, do batatal, fritas às rodelas, e por meia dúzia de finos. 

Para mim, digo com segurança que é uma prima direita da francesinha da Marisqueira Majara, onde eu vou sempre que quero comer a verdadeira. Ambas são feitas unicamente com carnes de porco, levando lombo de porco assado, em vez do bife, que já foi uma modernice, que a meu ver só estraga a coisa. Pois um bife de vaca no meio de carnes de porco, nao ajuda muito à ligação dos paladares. 

Agora entende-se porquê que a da Majára tem um toque parecido com a da Regaleira..quem começou por fazer a francesinha na Majara, o Zé da Majára, trabalhou em tempos na Regaleira...Portanto é fácil de entender. 


Portanto, agora, quanto for comer francesinha, a escolha vai ser mais difícil. Ambas vão muito de encontro ao meu paladar. 

No caso da francesinha da Regaleira, penso que é mais do tipo, ou se adora ou se detesta...Pois não é lá muito soft, e o paladar tem características um pouco mais peculiares do que a da Majára, esta um pouco mais soft (diga-se que com um pouco de fastio, se deitam duas abaixo sem problemas de maior). Por outras palavras, na Majára come-se uma por semana, e na Regaleira, come-se uma por mês


Ricardo Vilaverde / 2007

12 comentários:

  1. onde fica este Regaleira que tanto já ouvi falar??


    beijos
    PA

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  2. E assim passarei a fazer as Francesinhas cá em casa: com carne de porco assada.

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  3. Atenção que quanto ao lombo, é apenas uma fatia muito fina (ou duas).

    Aguardo então novidades....
    _________________
    Ricardo Vila Verde

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  4. Fica na Rua do Bonjardim, na parte que liga a Praça D. João I à Brasileira. Em frente à antiga discoteca Bimotor.
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    Ricardo Vila Verde

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  5. aaaahhhhhhh!!!!! já sei onde é!

    lembro-me perfeitamente de ser «puto» e de lá ir com o meu pai almoçar ou lanchar (julgo que era costume o meu pai e uns amigos lá irem para uns camarões e uns finos). nunca tinha era associado o local com o nome (talvez por, em pequeno, nunca me ter apercebido disso - pelo que me recordo tratavam o local pelo nome do sr. de lá - e, já maior, nunca mais lá ter voltado).

    mas agora deu-me a saudade e o apetite aguçou com a descrição do ricardo (e de outros que já me tinham falado da dita francesinha) e concerteza lá irei a curto prazo!

    se alguém quiser combinar lá ir, estou por isso!!!

    beijos
    PA

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  6. Amanhã, quarta-feira, vou lá provar as tripas. Já me tinha comprometido com o Sr. Augusto... Se quiseres vir ou mais alguém, era uma boa. Uns iam para para as tripas e outros para as francesinhas.

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  7. Hoje, dois animais, comeram 4 francesinha na regaleira. Duas deles com dose extra de Gindungo!

    Por motivos de sigilo não se pode revelar o nome dos autores..


    Sem mais comentários
    _________________
    Ricardo Vila Verde

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  8. EEEHHHHHHH, meu!!!

    só agora vi esta mensagem.......

    quando for assim liga-me ou envia sms, é que nem sempre posso vir à net.....

    queria mesmo ter ido... ainda por cima porque ontem à noite falei com um amigo que confirmou ir comigo provar essas francesinhas...

    já sabes, agora!

    beijos
    PA

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  9. pois é!

    fui lá ontem, acompanhado de dois amigos do «mundo» dos cães, mais a rita, a anocas e um amigo dela.

    tenho de dizer que o presunto de entrada não era do melhor que já comi, apesar de não ser mau. os rissóis eram bastante bons, adorei mesmo.

    a francesinha, tenho de admitir, é mesmo MUITO boa! os ingredientes são de primeira qualidade. o molho, para o meu paladar, é um tanto picante, mas come-se bem pois é bastante saboroso (não se chega ao limite de ser tão hot que nem se sente o sabor). quero só deixar uma nota para a altura das fatias do pão que, pelo menos na minha francesinha de ontem, eram demasiado altas.

    batatas fritas (às rodelas - as minhas favoritas) boas, cortadas com a espessura certa e fritas no ponto, nem demais nem de menos.

    tudo acompanhado por uns finos e bom paleio.

    um preço nada a despropósito.

    foi, no fundo, um almoço muito agradável.

    Ah, já me esquecia!! FALTA para o ricardo, que nem apareceu nem sequer respondeu aos nossos (quando digo nossos, digo da rita, que foi quem ficou encarregue de lhe falar) sms e telefonemas... SHAME ON YOU RVV!!!

    beijos
    PA

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  10. Contesto desde ja essa falta!

    Pois para além de ter devolvido a chamada para a Rita, quando vocês ligaram estava eu a recuperar da 7ª directa de trabalho do mês!
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    Ricardo Vila Verde

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  11. sim, eu sei que respondeste ao telefonema.... já quando tinhamos acabado a refeição!!! isso não conta....

    não deixa de ser uma falha tua.... e o problema és mesmo tu, que pões as expectativas muito altas.... o pessoal todo a contar contigo, o lugar reservado na mesa e tudo.....

    beijos
    PA

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  12. Mais uma boa surpresa neste poiso. Desta vez com as tripas.

    Uma dúzia de torradinha e dois pacotes de manteiga depois, lá eu tive de deitar abaixo pela 1ª vez as tripas na regaleira.

    Acompanhadas com um arroz branco muito acima da média, que tinha um ligeiro perfume a louro (não era aquele típico arroz de restaurante), as ditas estavam no ponto. Depois d'umas boas horas a fermentar, após o almoço, as tripas estavam puxadinhas, consistentes e de bom tempero. Só podiam era ter mais umas rodelitas de cenoura, só para ficar "nas suas melhores ligações". De resto, a matéria prima utilizada pareceu-me ser muito boa e o paladar estava exactamente à minha medida, ou como estou habituado. Muito bom, e recomenda-se.
    _________________
    Ricardo Vila Verde

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